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LIBER PORTA LUCIS

sub figura X

 

 

A.·.A.·.

Publicação em Classe A

 

Tradução: Frater EVER a.k.a. Marcelo Ramos Motta

 

  1. Eu contemplo um mundozinho escuro, girando em um abismo de espa­ço infinito. É diminuto entre uma miríade de mundos vastos, es­curo entre uma miríade de mundos brilhantes.
  2. Eu que compreendo em mim toda vastidão e toda minúcia, todo bri­lho e toda escuridão, mitiguei a radiância do meu inominável esplendor, mandando de mim V.V.V.V.V. como um raio de luz, como um mensageiro àquele mundozinho escuro.
  3. Então V.V.V.V.V. toma a palavra e diz:
  4. Homens e mulheres da terra, a vós eu venho das Idades além da I­dade, do Espaço além da vossa visão; e eu vos trago estas palavras.
  5. Mas eles não o ouviram, porque eles não estavam preparados para recebe-las.
  6. Mas certos homens ouviram e compreenderam, e através deles este Conhecimento será tornado conhecido.
  7. O último portanto entre eles, o servidor de todos, escreve este livro.
  8. Ele escreve para aqueles que estão prontos. Assim é sabido se algum está pronto: se ele estiver munido de certas dádivas; se ele é apto por nascimento, ou por riquezas, ou por inteligência, ou por algum outro sinal manifesto. E os servidores do mestre pela penetração do mestre julgarão destes.
  9. Este conhecimento não é para todos os homens; em verdade poucos são chamados, mas destes poucos muitos são escolhidos.
  10. Esta é a natureza da Obra.
  11. Primeiro, existem muitas e diversas condições de vida sobre a Terra. Em todas há alguma semente de sofrimento. Quem pode escapar da doença e da velhice e da morte?
  12. Nós viemos salvar nossos semelhantes destas coisas. Pois existes uma vida intensa com conhecimento e extremo gozo que é intocada por qualquer delas.
  13. Esta vida nós atingimos mesmo aqui e agora. Os Adeptos, os ser­vidores de V.V.V.V.V., atingiram esta vida.
  14. É impossível dizer-vos dos esplendores daquilo que eles atingiram pouco a pouco, à medida que vossos olhos se fortificarem, nós desvelaremos para vós a glória inefável do Caminho dos Adeptos, e seu inonimado fito.
  15. Mesmo tal como um homem, escalando uma montanha abrupta, perde-se de vista de seus amigos no vale, assim deve o Adepto parecer. Eles dirão: Ele está perdido nas nuvens. Mas ele se regozijará na Luz do Sol acima deles, e chegará às neves eternas.
  16. Ou tal como um letrado pode aprender alguma linguagem secreta dos antigos; seus amigos dirão: “Olhem, ele finge ler este livro. Mas é incompreensível, não tem sentido. No entanto ele se delicia com a Odisseia, enquanto eles leem coisas pretenciosas e vulgares.
  17. Nós vos traremos a Absoluta Verdade, Absoluta Luz, Absoluta Dita.
  18. Muitos Adeptos através das idades tentaram fazer isto; mas suas palavras foram pervertidas por seus escassos sucessores, e de no­vo e de novo o Véu caiu sobre o Santo dos Santos.
  19. A vós que ainda vagais no Pátio dos Profanos nós não podemos de uma vez revelar tudo; mas vós compreendereis facilmente que as religiões do mundo são apenas símbolos e véus da Verdade Absoluta. Assim tam­bém são as filosofias. Para o Adepto que vê todas estas coisas de cima, não parece haver nada a escolher entre Buda e Maomé, entre A­teísmo e Teísmo.
  20. Os muitos mudam e passam; o único permanece. Mesmo tão como madei­ra e carvão e ferro queimam juntos em uma grande flama única, se apenas a fornalha em que são colocados for de um calor transcendente, assim, no alambique desta alquimia espiritual, se apenas o Zelador soprar suficientemente sobre a sua fornalha, todos os sistemas da terra são consumidos no Conhecimento único.
  21. Entretanto, tal como um fogo não pode ser aceso com ferro apenas no princípio um sistema pode ser apropriado para um buscador, outro para outro.
  22. Nós, portanto, que estamos buscando fora das cadeias da ignorância olhamos de perto no coração do buscador e o guiamos pelo Caminho que mais apropriado é à sua natureza ao fim ultimal de todas as coisas, a realização suprema, a vida que habita na Luz.

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